sexta-feira, 28 de julho de 2017

Rascunho

28/07/2017 -

- Completado  78 anos, estou pedalando mais do que nunca.
  Quatro vezes por semana com grupos, variando de 150 a 200km, alguns em ritmo acelerado e noutros em ritmo de passeio.
 
 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

PEDAL COM GRUPO I

vontade de voar mais alto

2016 foi marcado por uma mudança na minha rotina de pedalar.

Além de já ter iniciado pedalar em trilhas e em distâncias mais longas , comecei a conhecer vários grupos e de diversos ritmos.

Aos poucos fui também conhecendo o pessoal , os guias  e invariavelmente quando pedalo com grupo ainda desconhecido , inicialmente ficam me medindo quanto a capacidade em acompanhar o grupo seja relativo ao  ritmo como em subidas fortes, principalmente em trilhas.

A certa altura da trilha, o pessoal vendo que estou acompanhando, começam a puxar papos e vem a já esperada pergunta sobre a minha idade e quando os digo , se espantam e logo muitos estão a comentar.

Além de trilhas , existem pedaladas de grupos de longa distâncias com características diferentes , como ter que pedalar continuamente e sentado , o que exige práticas diferentes.



quarta-feira, 17 de junho de 2015

TRILHA: TESTE DE FÔLEGO E NOVA EXPERIÊNCIA

JUNHO/2015.

- Aqui vou tentar descrever a minha impressão sobre a primeira aventura de participar em uma trilha com bicicleta; Houve uma anterior , na Rota do Vinho em São Roque, mas como a maior parte foi sobre o asfalto, não quero considerar que foi uma trilha. O que irei contar foi na TRILHA DA GRUTA DA PAMONHA- ATIBAIA que fica na altura do km 57 da Rod. Fernão Dias.

- Obviamente, para os já praticantes, os meus relatos serão chover no molhado: O meu desejo é de levar para ciclistas de idades ao redor da minha, com prótese incrustado na junção com a bacia, parafusos e metais segurando vértebras da coluna lombar e cirurgia que extirpou 1/3 da planta do pé devido a melanoma, mesmo assim, o gosto e a vontade de pedalar, me fazer experimentar essa prática e acompanhar a moçada. Assim esclarecido, passo relatar.

- Pedalar no asfalto, sejam nas ruas ou nas rodovias é uma coisa, outra é numa estrada ou picadas de terra fofa, de cascalhos, pedras salientes fixas e  soltas , galhos, canais formados pelas chuvas e rodas de carros e/ou barros e poças : Poeiras que obrigam a ter que prender respiração nos momentos mais necessários, e dificuldade de visão, ou ter que atravessar poças e barros escorregadios que mal dá para manter equilíbrio.

-  Sucessão de subidas curtas e longas em que no momento não se sabe se pedala sentado ou em pé , roda traseira patinando sobre cascalho e nos trechos de maior inclinação, exigi-se um esforço físico geral muito forte. Nessas condições, é preciso saber como manusear as marchas do câmbio.

- Onde tem subidas, tem descidas, óbvio, e aí pode parecer fácil, e é de fato ajuda muito a recuperar o cansaço da subida; Mas a descida em trilha costuma se soltar os freios, e aí é quase loucura, com a roda dianteira dançando de um lado para outra devido pedras e cascalhos, quando não, pedras maiores e valetas ao longo ou em diagonal , parecendo nos jogar para o alto. Difícil tentar frear pois a roda traseira começa a "rabear" e a dianteira nem pensar com risco de dar "cambalhota", então o jeito é "rezar" baixo. Ciclistas experientes vão com tudo , numa desabalada sem medo de tombo.

- Nessa sucessão de subidas e descidas, após percorrer vários quilômetros , vai havendo desidratação rápida e , é preciso ir tomando líquido, além de repor energia ingerindo alimentos próprios como cereal e chocolates; O cansaço, mesmo acostumado a pedalar, nessa idade vai se somando e dependendo da distância a pedalar, chega se no limite.

- Devido a minha inexperiência, fui como costumo ir nas pedaladas que faço com grupo noturno e nos passeios de domingos, sem os devidos cuidados citados no parágrafo anterior; Antes de sair de casa às 6 hs, tomei lanche de costume e no decorrer da trilha só tomei água e nenhum alimento até o fim, enquanto que, os demais, numa parada num armazém, tomaram refrigerantes e comeram: Resultado, pouco antes de chegar no final da trilha, no topo da última subida senti que estava exausto, mas como veio uma descida longa e por fim, o ponto de partida e também da chegada , me aliviei.

- Cada um de nós foi chegando junto dos carros para carregar a bike, e eu me encostei na pic-up para descansar: só me dei conta quando sentado no chão, recobrei o sentido e vi vários colegas me oferecendo água e biscoito salgado; um dos colegas que vinha para me cumprimentar pelo término da trilha , ao estendes a mão , me viu desmaiar; foi por alguns segundos e na opinião dos colegas , pode ter sido queda de pressão devido ao calor, e/ou hipotermia; Logo em seguida me levantei e me sentia bem novamente.

- Outros detalhes são importantes, como por exemplo, a condição da bike e itens de reserva e ferramentas para imprevistos como câmara de ar, ajuste ergonômico do guidão e selim que podem ajudar a render mais nos esforços ; Nessa trilha ouve quebra de corrente e o conserto feito graças a ferramenta de um dos participante.

- Dessa experiência posso dizer que fazer trilha , apesar de exigir muito esforço, é muito mais emocionante e a sensação de satisfação após vencer os obstáculos é muito mais do que pedalar no conforto de uma ciclofaixas ou ciclovias.

JKY


   




segunda-feira, 1 de junho de 2015

PEDALAR COM GRUPO

PEDALANDO COM O GRUPO PAC- 01/6/2015

Pedalando há mais de 3 anos com o PAC, estou razoavelmente em forma e prático: Para pedalar em grupo é necessário primeiro um mínimo de prática e resistência: Depois, além de acessórios como capacete e luvas, bicicleta em ordem e de qualidade  médio para cima: É necessário lanterna traseira e dianteira se for pedalar a noite, câmara de ar reserva, bomba e ferramenta para extrair e recolocar câmara/ pneu:

É necessário também que a bike esteja em ordem, como os freios, a corrente e o conjunto do câmbio e a altura do selim e do  guidão ajustado corretamente a sua altura.Observar e conversar com colegas mais experientes , inclusive tirando dúvidas, pode evitar acidentes e melhorar a sua pedaladas. Geralmente ciclistas são solícitos e fáceis de conversar.

Cada grupo tem seus princípios e regras, como por exemplo, o ritmo, trajetos variados, disciplinas, e é preciso se ajustar àquele grupo que seu estado físico/emocional mais lhe convém e lhes ofereça satisfação plena; Não faltam grupos , que é só procurar na internet, e ver quanto aos horário, dias da semana, e localização de agrupamento.

Com 76 anos, comparativamente aos mais jovens estou limitado às condições dessa idade, mas depende  muito do condicionamento e de estado de saúde geral: O que irei contar adiante é fato novo para mim que estou experimentando .

Recentemente, de uns 2 meses para cá, estou sentindo uma mudança, vamos dizer, psicológico: Até então, sempre que me deparava com uma subida ou principalmente uma ladeira, estando só ou em grupo, sentia pouco ânimo para enfrentar e chegando ao final o cansaço era muito forte: Assim, quando sabia previamente que o trajeto teria subida, e iria sozinho, procurava contornar, ou iria de carro: 

Em grupo a situação nessas condições são outras, não dá para evitar: Tem que enfrentar, e isso ajuda a melhorar o condicionamento, mas, a sensação de cansaço geral é muito desgastante e as vezes ocasiona até desanimo. E invariavelmente, numa pedalada, encontramos várias subidas, uns leves, outras fortes. 

Como disse acima, ultimamente, subidas, rampas ou mesmo pedaladas forte em planos e trajetos longos não me fazem mais sentir sensação  desanimadora, e sim, vontade de encarar normalmente; Obviamente causa cansaço, mas a recuperação em cada etapa´passou a ser rápida: E também o que era demorado nos dias sub sequente às pedaladas mais longas deixou de ser.

Como consequência disso, sabendo de colegas que postaram subidas ao Pico do Jaraguá,comecei a pensar em me testar e coincidentemente um colega que ainda não tinha subido, comentou em subirmos um dia: Era o que faltava e logo combinamos . e num belo domingo estávamos em grupo de 4 colegas, chegando ao topo, com total alegria e o cansaço, perguntei a mim mesmo, cadê ?

Antes da subida ao Pico, nas brincadeiras do nosso guia durante pedaladas noturnas de quartas
de subir "paredões" para àqueles que quisessem, normalmente pensava, isso não é comigo, pra que ? E aí vem o que disse anteriormente, ser mudança psicológica: Venho pedalando há bom tempo num mesmo ritmo , mesmo grupo, duas vezes por semana, nem mais , nem menos. Deu me vontade e sem pensar duas vezes comecei a participar, conseguir  e chegar em casa inteiro. Antes, durante o trajeto, tinha que me preservar para chegar menos cansado.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

VOLTANDO A PEDALAR

NUNCA deixei de pedalar, mas, depois que saí de Parapuã em 1954, minhas preocupações de sobrevivência e trabalho pesaram muito e a bicicleta passou ser mais um meio de locomoção. No período em que morei em Pompeia a minha bicicleta era motorizada e nada de pedalar.

Quando me mudei para Marília para estudar no SENAI, levei a bicicleta motorizada e continuei usando
até que um dia bati de frente contra um caminhão de feirante na principal avenida; Havia um vazamento
de óleo do motor para o aro da roda  e quando precisei brecar para não bater no caminhão que cruzou
na minha frente , simplesmente o freio falhou; Só vi a roda traseira do caminhão poucos centímetros da
minha cara e quando me levantei , a vista apagou e quando acordei estava sentado numa caixa e uma
pessoa me oferecendo agua açucarada.

Na batida do motor no para choque do caminhão, entortou o volante do magneto e não rodou mais e
nem me lembro mais o que fiz com ele; Tirei da bicicleta e voltei a pedalar.

Quase três anos depois , já em São Paulo, trabalhando na Willys , a bicicleta ficou esquecida por um longo
período, substituída por uma motocicleta e depois pelo carro. Depois vieram o namoro, noivado, casamento
filhas, volta ao banco de escola e voltei a pedalar numa Brandani quando as meninas já estavam grandinhas.

Troquei por uma outra melhor e aos domingos invariavelmente ia até o Pq. Ibirapuera e de vez enquando
uma esticada até a Cidade Universitária . Assim pouco a pouco fui voltando a pedalar, ainda sempre so-
zinho.

sábado, 17 de janeiro de 2015

BICICLETA MOTORIZADA

 PARAPUÃ, SP, 1952

Sem que nem ao menos pensasse , um dia chega na loja da família que se chamava Casa Marília, um motor para ser adaptada em bicicleta da marca Victória comprado por um dos tios; Foi uma festa para mim, fiquei
empolgado.

Era do modelo de que podia adaptar em qualquer bicicleta , na lateral da roda traseira; Eu mesmo montei
na bicicleta , o que requeria interpretar o desenho do manual (a escrita era em alemão) e me lembro de não
ter tido dificuldade.

Sabe lá o que é pegar uma estrada de terra com subidas e descidas sem sentir canssaço ?

Não demorou muito para  eu começar a perceber perda de potência do motor e não sabia o motivo
e nem conseguia descobrir ; Conversa vem, conversa vai,  mecânico de uma oficina disse me que o motor
estava sem compressão, mas não entendi e perguntei o que significava : Aí ele me perguntou se eu mistura-
va óleo na gasolina e respondi que sim, e disse que tipo óleo; Aí me explicou que o motor era do tipo  2 tempos e que era preciso misturar um óleo próprio e que isso teria causado desgaste dos anéis e conse-quentemente a perda de compressão e força; Hoje consigo explicar mas na época não entendi nada.

E agora , pensei ! Mas ele mesmo me indicou uma oficina que tinha um "torno" e que daria jeito. O meu avô
parecia que entendia e apesar da minha pouca idade , ele me liberou a resolver  o problema; O mecânico
torneiro desmontou a parte gasta e com os anéis e pistão nas mãos  disse me que numa loja de peças em Marília encontraria e que levasse como amostras.

Mais do que depressa , peguei o trem e em Marília , numa loja de peças de um japonês me venderam as peças dizendo serem de 0,30  (?) ; Levei para o torneiro e pela primeira vez vi e acompanhei um trabalho
executado por um torneiro; Fiquei extasiado vendo o ajuste que o torno fazia no "cabeçote" do motor
com o pistão e os anéis; Não foi naquele momento ainda que decidi um dia ser um torneiro mecânico, mas
não demoraria muito.

Ajustado e montado, e agora usando óleo próprio , 2T, o motor parecia ter ficado melhor do que quando
novo e de fato o mecânico afirmou dizendo que o pistão novo era um pouco maior e mesmo pouco , teria aumentado a força.

Essa experiência ficou gravada na minha cabeça.

sábado, 10 de janeiro de 2015

INÍCIO DA MINHA PEDALADA

PARAPUÃ, SP-1951

Tinha 12 anos quando ganhei a minha primeira bike: Era uma Monark, aro 28, Suiça toda equipada, de freio
no pé, só na traseira ; Era o meu xodó e ninguém podia subir nela; Minhas pernas não alcançavam e tinha
que pedalar com uma perna entre o quadro; Mas não demorou muito para , ao menos pedalar quase senta-
do sobre o cano do quadro.

Gostava tanto que vivia para cima, para baixo a toda momento, nas ruas que eram todas de terra;

Mas a minha vida já naquela época não era só bike; Tinha as minhas tarefas diárias que começava de manhã
cedo enchendo caixa d'agua e ofurô com bomba manual de poço; Depois de aberto a loja/armazém ia ao
Correio levar e retirar correspondências da caixa; Em seguida , de bike, ia nas casa de fregueses tirar pedi-
dos do que estavam precisando, anotando numa caderneta e depois de separar no armazém ia de bike de
carga entregar,

Não demorou muito para que começássemos a vender bicicletas na loja da família e aí foi aumentando a minha paixão pela bike : Na época todas importadas cuja marcas eram Monark, Philips e Husqvarna, as vendas foram aumentando e aparecerem necessidades de manutenção: Daí , comecei a me interessar em
fazer reparos e logo estava ganhando o meu  dinheirinho.

Começou a formar grupos de ciclistas já naquele tempo e aos domingos íamos para cidades vizinhas: Um certo dia, estava indo para a estação de trem e numa descida bati numa pedra, perdi o equilíbrio e ao cair de bruço sobre uma outra pedra , fraturei o pulso e fiquei uns 40 dias de tipoia sem poder pedalar, além do estrago na bicicleta. Entortou a roda, o garfo e o quadro e pensei ter perdido sem ter como consertar: Aí, o meu avô mandou me desmontar e levou para uma oficina de arados de um parente em Osvaldo Cruz e ele mesmo desentortou  e  tive a de volta como antes. 

Assim nascia a minha paixão pela bike!